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Corte de recursos para ciência provoca fuga de cérebros, alertam pesquisadores

O Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD) tem recebido cerca de um terço do valor previsto em lei, afirma o presidente da instituição


Por Redação

O contingenciamento de recursos destinados aos fundos de investimento em ciência e tecnologia tem ameaçado projetos e intensificado a fuga de cérebros de cientistas e engenheiros, segundo dirigentes de centros de pesquisa que participaram de audiência pública promovida na última terça-feira,14 de junho, pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT).

O Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel) têm arrecadado anualmente quase R$ 5,1 bilhões, mas parte expressiva desses recursos não tem sido efetivamente aplicada. Segundo o presidente do CPqD, Sebastião Sahão Júnior, o órgão tem recebido cerca de um terço do valor previsto em lei.

Diante da insegurança em relação à liberação de recursos para desenvolver seus projetos, cada vez mais pesquisadores têm migrado para fontes mais confiáveis de financiamento. “O contingenciamento tem um impacto grande na formação de pessoas, que demanda tempo. Para mantermos esses talentos também precisamos de recursos”, disse Sahão Júnior.

Um dos projetos ameaçados pela descontinuidade nos repasses é o desenvolvimento do avião de transporte militar KC-390. Fabricado pela Embraer – uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, com a participação de Argentina, Portugal e República Tcheca. O cargueiro foi projetado pela Força Aérea Brasileira (FAB) para ser a maior aeronave brasileira deverá ser entregue em 2018. Isso se novos contingenciamentos não vierem.

“O contingenciamento impacta fortemente o projeto da aeronave KC-390”, assinalou o major-brigadeiro Fernando César Pereira Santos, vice-diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA). Segundo ele, alguns projetos que deveriam ser executados em três anos, levaram cinco anos ou mais para serem concluídos em razão da demora na liberação das verbas autorizadas.

Falta previsibilidade para trabalhar com ciência e tecnologia no Brasil, apontaram Fernando Tobias Silveira, vice-diretor do Instituto Evandro Chagas (IEC), e Jorge Almeida Guimarães, diretor-presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Mas, se a situação para essas entidades é difícil, o cenário é ainda mais complicado para as universidades, de acordo com Guimarães.

A audiência faz parte do processo de avaliação da política pública que a CCT deve fazer ao longo do ano. O presidente do colegiado, Lasier Martins (PDT-RS), lamentou os cortes na área de ciência e tecnologia. “Sem pesquisa e ciência, nós jamais seremos competitivos”, alertou.

*Foto: Pedro França/Agência Senado
*Com informações da Agência Senado

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