Em duas décadas os computadores terão a inteligência de um humano com seus 100 bilhões de neurônios. Seu concorrente por uma vaga de emprego poderá ser uma máquina. E você, está preparado para essa di
Por Alysson Lisboa/SIMI
Jesper Rhode, vice-presidente de Tecnologia e Marketing da Ericsson: Empresas e mercados têm surgido graças ao barateamento da tecnologia e ao acesso a sistemas capazes de medir o desempenho de máquinas e equipamentos.
Recentemente, Mark Zuckerberg publicou em seu feed de notícias que o número de usuários do Facebook hoje é de 1,7 milhão de pessoas, o que equivale à população mundial de 100 anos atrás. Fundada há 12 anos, a empresa cresce exponencialmente e com certeza o número de usuários vai se multiplicar de forma sistemática e cada vez mais rápida. É impossível imaginar como será o Facebook na próxima década. Será que ele ainda existirá do modo como a conhecemos hoje?
O fenômeno que vivemos agora é um retrato da mudança no tempo de crescimento e evolução da sociedade. Ganhos exponenciais estão reconfigurando todas as esferas do mundo, o que torna a tomada de decisões dentro das empresas um desafio quase diário. Jesper Rhode, vice-presidente de Tecnologia e Marketing da Ericsson, esteve em Belo Horizonte durante o Fórum de Tecnologia realizado pela Amcham e trouxe uma discussão sobre a velocidade e crescimento em todas as áreas do conhecimento e o impacto na vida das empresas.
Rhode provoca os participantes comparando o tamanho de algumas empresas, seu valor de mercado e o número de funcionários. A Kodak, empresa que em 1996 valia 26 bilhões de dólares, chegou a ter 140 mil funcionários. Em 2010, valia menos de 100 milhões de dólares e empregava 17 mil funcionários. Hoje tenta sobreviver no ramo de impressões e pesquisa. Comparativamente, o Instagram, criado em 2012, vale 1 bilhão de dólares e empregava, na época, apenas 13 funcionários. Empresas que não existiam há poucos anos impactam mercados já consolidados.
Qual caminho as empresas devem seguir?
Claro que essa resposta vale 1 milhão de dólares, mas alguns indicadores podem ajudar a nortear esse caminho. As empresas precisam se preparar para o mundo dos ganhos exponenciais e de mudanças rápidas. São modelos baseados em algoritmos, autonomia, experimentação e trabalho sob demanda para comunidades e nichos específicos. O site Global Opportunity Network lançou recentemente relatório apontando as oportunidades para os próximos 15 anos.
O emprego formal dará lugar ao empreendedorismo. Escritórios compartilhados e parceiros espalhados pelo mundo realizarão micro-tarefas basicamente utilizando aparelhos celulares. Exemplo disso é o site M4jam. Ele encontra para você pequenos trabalhos locais que levam em média 10 minutos para serem executados, como tirar uma foto ou responder a um questionário. As empresas pagam, em média, 10 a 20 dólares que podem ser sacados em bancos conveniados.
Internet das Coisas
Empresas e mercados, antes inexistentes, têm surgido graças ao barateamento da tecnologia e acesso à rede mundial de computadores e o crescimento de sistemas capazes de medir o desempenho de máquinas e equipamentos. A Internet das Coisas (IoT), sigla em inglês, precisa entrar na pauta das empresas o mais rápido possível. Em 15 anos serão 50 bilhões de equipamentos conectados.
As máquinas terão capacidade de aprender e melhorar suas respostas. Muito em breve será impossível diferenciar, por exemplo, se um texto foi produzido por um humano ou por uma máquina. Em duas décadas os computadores terão a inteligência de um humano com seus 100 bilhões de neurônios decifrados e armazenados em rede. E tudo isso custando muito pouco.
Diagnósticos mais rápidos e baratos
Sequenciar o DNA de uma pessoa está cada vez mais barato e rápido. A empresa 23andMe disponibiliza um kit que pode ser enviado por correio ao custo de US$ 149. Diante das informações, médicos farão uma análise muito mais detalhada e uma medicação personalizada. O custo para realizar o sequenciamento do genoma humano reduziu de US$ 100 milhões em 2001 para menos de US$ 8 mil dólares em 2010. Então, você está preparado para a revolução da máquinas? A rapidez na tomada de decisões pode significar a diferença entre vencer ou perder no novo mundo dos negócios.
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