Para especialista, estamos saindo da economia da posse para a economia do acesso. Compartilhar automóveis será cada vez mais comum
Por Alysson Lisboa/Simi
A indústria automotiva está repensando o modelo de produção e consumo de carros nos próximos anos
Antes de pensar em como será o carro do futuro, precisamos nos questionar se há espaço suficiente nas ruas para que eles possam circular. A frota de automóveis no Brasil saltou de 24,5 milhões em 2001 para 50,2 milhões em 2012, segundo o site Observatório das Metrópoles. É muito comum observar nos congestionamentos carros que trafegam levando apenas um ocupante, mas isso deve mudar em breve. Alguns aplicativos como Zaznu e Wego apostam que a carona ou o carro compartilhado podem contribuir para a redução do problema. Será?
Para Mateus Silveira, especialista em future insights, da diretoria de Planejamento e Estratégia de Produtos da Fiat Chrysler, é fundamental observar e entender como as cidades crescem e como seus cidadãos se locomovem para, a partir desse ponto, pensar no futuro dos automóveis. Ainda segundo o especialista, estamos saindo, gradativamente, da economia da posse para a economia do acesso. Empresas como Google, Apple e Tesla já trabalham no sentido de produzir veículos que sirvam para o deslocamento de pessoas em rotas compartilhadas. Comprar um carro para ir ao trabalho será, dentro de algum anos, uma escolha menos óbvia e menos comum.
Empresas como Google, Apple e Tesla já trabalham no sentido de produzir veículos que sirvam para o deslocamento de pessoas em rotas compartilhadas
A revolução digital trouxe grandes transformações à cultura e tudo ficou mais rápido e ágil. As novas gerações estão acostumadas com o imediatismo e isso implica, necessariamente, mudanças no sentido de suprir tais expectativas. Quanto mais ágil for o deslocamento, melhor será a resposta do cidadão e adoção de novos sistemas de transporte. O objetivo é chegar ao trabalho ou em casa com segurança do modo mais ágil possível. Por isso, serviços como o Uber ganham tantos adeptos. O modelo é simples de usar e resolve um problema pontual do cidadão.
No entanto, Silveira considera que não podemos limitar a mobilidade à entrada, por exemplo, do carro autônomo. Mobilidade é acesso à oportunidade. Ruas mais largas ou novos viadutos melhoram o trânsito, mas temporariamente. O que haverá é uma redução na emissão de poluentes na atmosfera, uma vez que os veículos são movidos à energia elétrica. Segundo ele, precisamos pensar no modo como ocupamos a cidade: “A gente precisa se adaptar às demandas e as cidades são nossos grandes clientes”, completa.
Mesmo modernos, os carros-conceito enfrentarão os mesmos problemas de mobilidade urbana. A questão agora é pensar a cidade que queremos
Carro compartilhado será realidade em poucos anos
Seu veículo está estacionado na porta de seu escritório e fica assim o dia inteiro? Por que não alugar para que outras pessoas usem durante o período que você não está utilizando? Hoje ainda soa como utópico, não é mesmo? Mas em pouco tempo isso irá acontecer. Em um futuro, não muito distante, os veículos serão mais eficientes, mais seguros, inteligentes e compartilhados. E você, está preparado para isso?
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